Eu,
Filho do crepúsculo
Dos deuses,
E renitente
Na corpórea existência
Ao longo de séculos
E milênios,
Sinalizo ser esta
Minha última visita
A este orbe.
Num estalo de dedos
Ou em pouco mais de meio
Século,
Me despeço das angústias
E labores desta terra.
Deixo, como legado
Post mortem
Minha própria
Trajetória.
Desta, saio
Vencedor ou perdedor,
Nao sei ao certo,
Mas sei que levo
Gostos, rostos e perfumes
Levo no peito, saudades
Até mesmo do
inexperimentado.
E a certeza de a pena
Ter valido,
A experiência de
Estar vivo.