Inepto gerente do caos
Cambaleio nas emoções
Desvalido como um dois de paus
Afogado em sensações
Plúmbeos pesadelos me acossam
Reminiscências duras dos dias
Abismados meus olhos se esforçam
Espasmo e catarses tardias
Séculos a fio entre brumas
Pela vida passei diletante
Fiz dos meus dias espumas
Num mar revolto e pujante
Acordo porém taciturno
Deste torpor do desejo
Minha alma clama por rumo
Sentido que ainda não vejo
Antevejo a aurora distante
Me equilibro num fio de esperança
Navego em paz doravante,
Do caos renasce a bonança!