Meus melhores poemas
Foram escritos no escuro.
No obscuro sombrio
De minha interioridade.
Eu que sorrio fácil
Que dialogo fluentemente
Quando circunspecto
Me perco em abissal
Solilóquio
E dialogo internamente
Com meus demônios familiares
E com aquilo que chamam de
Alma.
Quantas ignomínias
E vilezas confesso
Para mim mesmo?
E quantas mais
Nem a mim mesmo
Digo?
Quantos medos e
Receios descompassaram
O bater deste que repousa
No meu peito?
Quantas decepções e perdas
Me afogaram em lágrimas quentes
E solitárias, acompanhadas
Apenas
De sôfregos suspiros?
Quantas noites me foram dias
E quantos dias foram anestésicos
Para minhas inúmeras agruras?
Meu mundo denso
Desde sempre,
Pede pouso e repouso.
Desejo ardentemente
Que se acalme a ácida
Ansiedade,
E nessa ardência
Tarda ainda mais
A aceitação de meu
Destino.
Sigo resoluto no propósito
De ser melhor em meus
Propósitos e desejos
Mas me arrasta o impulso
Vez por outra para visitar
Meu mais profundo
Obscuro.